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Sem Certezas
"A dúvida é o começo da sabedoria."

quarta-feira, janeiro 28, 2004

"Lost In Translation" 
Já andava há algum tempo, com vontade de ir ver um filme de Sofia Copolla, em parte devido às boas críticas que o seu primeiro filme, "The Virgin Suicides", conseguiu arrecadar, filme este que, no entanto, não cheguei a ver. Mas infelizmente, depois de ter ido ontem ver o "Lost In Translation", perdi grande parte do interesse em sequer chegar a vê-lo algum dia.
Do "Lost In Translation" aproveitam-se as bonitas filmagens da cidade de Tóquio e pouco mais. O resto é um amontoado de sketches mal colados, de gags previsíveis, de estereótipos de todo o tipo e diálogos felizmente que quase sempre minimalistas, pois quando o não foram, roçaram rapidamente a banalidade.
Ambos os actores estão bem e é só. Scarlett Johansson, que não conhecia, esteve bem, emprestando sensualidade ao papel que no entanto também não era demasiado exigente. O mesmo se pode dizer de Bill Murray que, embora num registo resignado e ligeiramente mais contido do que é habitual, não deixou de interpretar o papel que todos lhe conhecemos, não justificando por isso o burburinho sobre a possibilidade de nomeação para um Oscar.
O filme foi uma desilusão e francamente não percebo o porquê de ter conseguido reunir uma quase unanimidade de opiniões, todas altamente favoráveis, sendo quase sempre classificado pelos críticos e espectadores, com a classificação máxima de 5 estrelas.
Felizmente que temos ainda em cartaz boas alternativas como o "Mystic River" de Clint Eastwood, aqui sim, com interpretações de nota de Sean Penn, Tim Robbbins e mesmo Kevin Bacon.
# escrito por Sem às 14:03 | Comentários[]

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Geração USA 
Confesso que para mim, a noção de um serão agradável, pode perfeitamente passar por assistir a um par de episódios do "Caminho das Estrelas" na Sic Radical.
O gosto por esta velhinha série e outras semelhantes, tem as suas raízes profundamente enleadas na minha infância, altura em que tive o prazer de acompanhar as aventuras da Enterprise "In its five year mission to explore strange new worlds; to seek out new life and new civilizations".
Volvidos que estão cerca de vinte anos, reviver esta série, é reviver um pouco do entusiasmo duma infância que já passou e por isso, apesar da sua questionável qualidade, é uma série que "suporto" com o maior dos prazeres.

Esta série, que tem aqui o propósito de servir como exemplo, tem nela imbuído o espírito americano. Tem entranhada ao longo dos seus muitos anos de existência, os princípios e valores de uma sociedade que, inegavelmente, modelou em muitos aspectos o resto do mundo ocidental.
São imensos os episódios em que um qualquer vilão responsável pela morte de vários seres, depois de ser capturado, é poupado à vingança de todos aqueles a quem fez mal, para ser massacrado com um sermão sobre as virtudes das nações que fazem da liberdade e da democracia uma bandeira e em que a guerra e a vingança são apenas os desejos dos mais fracos. Há mesmo um de que me lembro, em que o Capt. Kirk é colocado num planeta em que terá de lutar com outro ser alienígena para sobreviver. No fim, graças ao seu engenho, derrota o adversário e no momento em que deveria matá-lo, poupa-o apesar de saber que se a situação fosse a inversa o outro não hesitaria em tirar-lhe a vida. A entidade alienígena superior, que os tinha colocado no planeta para lutarem pela vida, em face deste comportamento, liberta-os não sem antes dizer que, apesar de tudo, ainda há esperança na raça humana.

Para quem como eu enquanto criança, sempre consumiu avidamente estas séries, e não só séries, como também filmes, bandas-desenhadas da Marvel, cujos os heróis sempre foram pautados por uma grande consciência do dever de proteger e salvaguardar a vida humana, é de esperar que tenham tido algum papel na formação da minha personalidade, como de facto julgo ter acontecido.
Não é portanto de ignorar que tal como eu, também muitas outras pessoas, não necessariamente por assistirem a esta série em particular, tenham absorvido estas noções básicas que, no fundo, não são mais do que os princípios pelos quais hoje nos vamos tentando reger no dia-a-dia.
Se actualmente os EUA se vêm confrontados com tanta contestação no seio do mundo ocidental, isso deve-se não somente um "Anti-Americanismo" primário, como alguns intelectuais chatarrões têm a mania de apelidar a todos aqueles que se opõem às estratégias imperialistas Norte-Americanas, mas também a um "Pró-Americanismo" desencantado, de uma América que já não existe ou que se calhar nem nunca existiu. Uma América que incutiu aos outros determinados valores com os quais se vê hoje confrontada.

O desenvolvimento de um certo espirito critico, fez com que hoje se torne claro que todos estes ideais sempre estiveram misturados com muita hipocrisia, mas nem por isso deixaram de ser válidos. Os EUA foram e provavelmente ainda serão, uma espécie de religião, que pese embora o seu comportamento contraditório, tem na génese, valores e princípios bons, que à força de tanto serem invocados, acabam sempre por "entrar". Por isso, apesar de por vezes criticar duramente os EUA, não os renego pois estaria a renegar-me a mim mesmo. Continuo a pensar que esses ideais permanecem ainda como pilares dos EUA e do resto da Ocidentalidade, de onde, já o disse uma vez, acredito ser de onde a humanidade prosseguirá a sua evolução. Não abdico no entanto de ter as minhas próprias ideias sobre o mundo e condenar os que apoio, quando não estou de acordo com as suas acções, mesmo que por isso seja, muito simplisticamente, apelidado de "Anti-Americanista".

Temos que reconhecer que hoje, até na denominação a América perdeu o romantismo. Do nome, vago mas abrangente, adoptou-se outro mais curto e sintético, para que não restem dúvidas de quem se trata. Como o actual inquilino da Casa Branca diria: "Make no mistakes about it, we're the USA".




"Space, the final frontier.
These are the voyages of the Starship Enterprise. Its five-year mission: to explore strange new worlds; to seek out new life and new civilizations; to boldly go where no man has gone before."
# escrito por Sem às 15:32 | Comentários[]

quinta-feira, janeiro 22, 2004

O fim anunciado do Sem Certezas? 
O meu último poste, datado de há praticamente dois meses, intitulado "O fim anunciado de Manuela Ferreira Leite", ficou a pairar como um presságio do fim, não da dita, pois como muito bem diz o ditado, "vaso ruim não quebra", mas do próprio, isto é, do Sem Certezas.

Não vou massacrar ninguém a enumerar razões que existiram e existem ainda para tal facto, mas sinto que devo uma palavra a quem por aqui passou e a quem até se deu ao trabalho de, por mera cortesia ou por achar que tinha algum interesse, linkar para aqui.

Por isso à pergunta colocada pelo título deste poste, respondo que o nome do blogue diz tudo, pois se há coisa que ele tem certeza, é o porquê do nome com que foi baptizado!
# escrito por Sem às 15:50 | Comentários[]